Pular para o conteúdo principal

North American F-86 Sabre

F-86 Sabre foi um caça de combate diurno a jato, subsónico, desenvolvido pela North American a partir do final de 1944 e veio a ser um dos caças mais produzidos no mundo Ocidental, no tempo da Guerra fria. Ficou famoso pelo seu envolvimento na Guerra da Coreia, onde defrontou com sucesso o seu principal oponente o MiG-15.


Wikipedia

Apesar de no final de 1950 já não ser um avião de primeira linha, manteve-se no ativo durante mais de quatro décadas até 1994, quando finalmente a Força Aérea da Bolívia o retirou do ativo.

Resultado de imagem para f-86 sabre
F-86 Sabre
Foi o mais proeminente avião de combate de segunda geração, que incorporou tudo o que de mais desenvolvido tinha sido assimilado pelos projetistas norte-americanos na conceção de aviões a jato e que beneficiou ainda dos avançados conceitos aerodinâmicos desenvolvidos pelos cientistas Alemães no decorrer da Segunda Guerra Mundial.

Foi construído em grandes quantidades nos Estados Unidos, no Canadá, Itália e Japão, em várias das suas versões e variantes e operado por mais de 35 forças aéreas, representando um importante papel na defesa do mundo Ocidental nos primeiros anos da Guerra Fria.

Desenvolvimento

No final de 1944 a North American estava a desenvolver estudos baseados no modelo NA-134, o qual originou o FJ-1 Fury da US Navy, tratava-se de um caça a jato convencional de asa em ângulo reto e propulsionado por uma turbina Allison TG-180. Sensivelmente na mesma data a Força Aérea do Exército dos Estados Unidos da América encomenda um avião similar, nomeado projeto NA-140 e do qual resultaria o F-86. Após a apresentação da maqueta, a qual foi aprovada, o fabricante propôs a incorporação de uma asa em flecha com um ângulo de 35º, baseada nos estudos efetuados, entretanto capturados, pelos Alemães e que conduziram ao Me-262, os quais demonstravam o incremento da velocidade sem que fosse necessário um grande aumento de potência.

A 1 de outubro de 1947 voou pela primeira vez o protótipo XP-86A, propulsionado por uma turbina General Electric J35-C-3 mas produzida pela Chevrolet, posteriormente reequipado com o mais potente J47-GE-3 e então designado YF-86A, devido a reestruturação das designações atribuídas aos aviões da USAF. Ainda durante a fase de construção dos três protótipos, foram encomendados os primeiros 33 F-86A de produção final de um total faseado que atingiu as 554 unidades, durante a sua construção foram sendo equipados com novas atualizações de motor: J47-GE-3, J47-GE-7, J47-GE-9 e J47-GE-13.

Seguiram-se o F-86E, também um intercetor diurno, com melhorias evidentes no desempenho com a introdução de motores melhorados. O F-86F o mais representativo da serie e o que mais envolvimento e sucesso teve durante o conflito na península Coreana, constituindo-se como o oponente mais capaz do MIG-15. Foi ainda usado como caça-bombardeiro com sucesso, embora não fosse essa a sua vocação, introduziu uma asa otimizada para altitudes elevadas, pela adição de mais 30 cm no comprimento e a utilização de Slats permitiu uma maior estabilidade a baixa altitude e baixa velocidade, necessárias para o bombardeamento e ou ataque ao solo.

Após o final da Guerra da Coreia, surgiu o caça bombardeiro F-86H, equipado com o mais potente motor J75 da General Electric, maior capacidade de combustível, entradas de ar mais largas, trem de aterragem mais resistente, travões aerodinâmicos acionados hidraulicamente, Flaps acionados por energia elétrica e um mecanismo mais fiável de ejeção de cargas externas, canopy em forma de concha similar à usada pelo F-86D. O armamento interno foi também revisto, a partir do 116.º exemplar construído foram introduzidos 2 canhões de M-39 de 20mm, substituindo as seis metralhadoras de 12.7mm.

O F-86D começou por ser o F-95A um intercetor para todas as todas as condições meteorológicas de dia e de noite, armado apenas com uma bateria de 24 foguetes de alto explosivo, radar de pesquisa AN/APG-36 e motor com pós combustão J47-GE-17B posteriormente J47-GE-33 e destinava-se a intercetar formações de bombardeiros em penetração pelo espaço aéreo Norte-Americano, se encontra-se caças usava a potência do seu motor para fugir. Por se entender que era mais fácil obter fundos para o seu desenvolvimento, se fosse considerado uma evolução de um projeto já existente e não um novo modelo, foi decidido designa-lo F-86D. O F-86K foi a sua versão de exportação, após a resolução de parte dos problemas mecânicos e de eletrónica de que enfermava.



F-86F da FAP, na BA5 em Monte Real com misseis AIM-9B Sidewinder montados


Cronologia

Datas importantes, em modo não exaustivo, no desenvolvimento do F-86 SabreJet.

22 de novembro de 1944 - A North American inicia os estudos de um caça a jato com asa reta, para a Força Aérea do Exército dos Estados Unidos.

18 de Maio de 1945 - Autorização para a construção de três protótipos NA-140/XP-86A

20 de junho de 1945 - Aprovada a maqueta do XP-86A

1 de novembro de 1945 - Aprovada a proposta do fabricante para mudar a asa em ângulo reto para asa em flecha.

8 de agosto de 1947 - Sai da fabrica o primeiro protótipo XP-86A 45-59597

1 de outubro de 1947 - Primeiro voo do protótipo XP-86A 45-59597.

20 de maio de 1948 - Primeiro voo do F-86A de produção final.

1 de dezembro de 1950 - Primeiros F-86A enviados para a Coreia, onde se juntaram à quarta esquadra de caça e interceção (en:4th Fighter Interceptor Wing).

Dezembro de 1950 - São aceites pela USAF os dois últimos F-86A construídos.

23 de setembro de 1950 - Primeiro voo do F-86E.

17 de dezembro de 1950 - Abatido o primeiro MIG-15 por um F-86.

Julho de 1951 - Envio do primeiro F-86E para a Coreia.

19 de Março de 1952 - Primeiro voo do F-86F

9 de maio de 1953 - Primeiro voo do F-86H


27 de julho de 1953 - Terminus da Guerra da Coreia

Agosto de 1958 - Chegam os primeiros F-86F bloco 40 a Portugal

1 de outubro de 1961 - Três esquadrões de F-86H dos Estados Unidos são reativados e enviados para a Europa, durante o Bloqueio de Berlim.

30 de setembro de 1970 - Retirado do ativo o último Sabre nos Estados Unidos, um F-86H Air National Guard do Estado de Nova Iorque

31 de julho de 1980 - São retirados do ativo os Sabres portugueses sobreviventes, após o último voo com a duração de uma hora e vinte e cinco minutos, no qual uma parelha de F-86F, n.ºs de cauda 5347 e 5360, sobrevoaram todas as unidades da FAP, pilotados respetivamente pelo Tenente-coronel Victor Silva e Capitão Roda.

Junho de 1994 - Retirado o último F-86F no ativo em todo o mundo, pertencente à Força Aérea da Bolívia.


Versões

Compilação de dados

XP-86/XF-86

Modelo NA-140, originalmente designado XP-86, três protótipos construídos, n.ºs de cauda: 45-59597/59598/59599

F-86A 


Modelo NA-151
, construídos 33 exemplares do bloco A1, n.ºs de cauda: 47-605 a 47-637, a maioria foi usada para testes de evolução, equipados com o motor J47 GE-1.

Bloco A5 construídas 188 unidades as primeira para uso operacional, n.ºs de cauda: 48-129 a 48-316, para-brisas em forma de V, motor J47 GE-7 e mira de tiro MK18.

Modelo NA-161 ainda Bloco A5, construídos 333 aviões, n.ºs de cauda: 49-1007 a 49-1339 equipados com motor J47 GE-13, posteriormente revertido para J47 GE-7.


RF-86A

Conversão efetuada na Coreia a sete F-86A, n.ºs de cauda: 48-183, 48-187, 48-195, 48-196, 48-217, 48-246, 48-257, para reconhecimento, pela adição de uma câmara fotográfica oblíqua K-11 e duas câmara K-24 com um arranjo de espelhos que permitia fotografia na vertical.

F-86B

Modelo NA-152, encomendadas 190 aeronaves, com um ligeiro incremento na fuselagem de modo a poder alojar trens de aterragem maiores. No entanto a evolução na construção de pneus e o avanço tecnológico dos travões, tornou esta modificação desnecessária. Assim a encomenda foi revertida para 188 F-86A e dois F-86C.

F-86C/YF-93A

Modelo NA-157 duas células construídas, n.ºs de cauda: 48-317 e 48-318, para competirem no concurso de seleção de um novo caça de penetração. Equipado com o motor J-48 possuíam ainda, duas entradas de ar laterais o que os diferenciava substancialmente do design original, posteriormente foram revertidos para uma só entrada de ar convencional.

YF-86D

Modelo NA-164 dois protótipos construídos, n.ºs de cauda: 48-317 e 48-318, Protótipo da versão de interceção em todas as condições meteorológicas de dia e noite por controlo de radar terrestre, com nariz em forma de bolbo para alojar um radar, motor J47 GE-17 com pós combustão, para-brisas em V e sistema de controlo de tiro Hughes E-3.

F-86D

Modelo NA-165 -
 construídos 37 exemplares bloco 1, n.ºs de cauda: 50-455 a 50-491, primeira versão de produção com para-brisas plano e traseira redesenhada em relação aos protótipos.


Formação de 3 F-86D em voo


Bloco 5 - construídas 26 unidades, n.ºs de cauda: 50-492 a 50-517, introdução do sistema de controlo de tiro Hughes E-4que passou a ser padrão para todos os F-86D subsequentes, garrafa de oxigénio adicional para o piloto, painel de instrumentos redesenhado e alternador acionado pelo motor para alimentar o sistema de controlo de tiro.

Bloco 10 - construídos 36 aviões, n.ºs de cauda: 50-518 a 50-553, introduz o regulador de potência sem compensador, uma nova válvula no motor para controlo da pós combustão e uma câmara para filmagem das sequências de tiro implantada na raiz da asa esquerda.

Bloco 15 - construídos 54, n.ºs de cauda: 50-554 a 50-576 e 50-704 a 50-734 mudanças menores.

Bloco 20 - construídos 188, modelo NA-177 n.ºs de cauda: 51-2944 a 51-3131, reposicionamento dos recetores externos de energia e introdução de um sistema anticongelamento do combustível.

Bloco 25 - construídos 88, modelo NA-173 n.ºs de cauda: 51-5857 a 51-5944, introduzida a capacidade de ejetar os depósitos de combustível.

Bloco 30 - construídos 200, modelo NA-173 n.ºs de cauda: 51-5945 a 51-6144, introduzido um sistema automático de aproximação à pista.

Bloco 35 - construídos 350, modelo NA-173 n.ºs de cauda: 51-6145 a 51-6262 e 51-8274 a 51-8505, introduz um novo rádio farol VOR - AN/ARN-14.

Bloco 40 - construídas 300 unidades, modelo NA-190 n.ºs de cauda: 52-3598 a 52-3897, retirada a câmara na raiz da asa esquerda exceto nos 52-3598 a 52-3847, introduz o novo recetor AN/ARN-18.

Bloco 45 - construídos 300 exemplares, modelo NA-190 n.ºs de cauda: 52-3898 a 52-4197, os primeiros 238 foram equipados com o motor J47-GE-17B, primeiro modelo a adotar a travagem por paraquedas como padrão.

Bloco 50 - construídas 301, células modelo NA-190 n.ºs de cauda: 52-4198 a 52-4304 e 52-9983 a 52-10176 , mudanças menores.

Bloco 55 - construídos 225, modelo NA-201 n.ºs de cauda: 53-557 a 53-781, novo rádio em banda UHF AN/ARC-34, abertura automática dos cintos e segurança após ejeção.

Bloco 60 - construídos 399, modelo NA-201 n.ºs de cauda: 53-782 a 53-1071, 53-3675 a 53-3710 e 53-4018 a 53-4090, modificadas as fixações das asas e preparação para o novo identificador IFF AN/APX-25.

F-86E

Bloco 1 - construídos 60, modelo NA-170 n.ºs de cauda: 50-579 a 50-638.


Bloco 5 - construídos 51, modelo NA-170 n.ºs de cauda: 50-639 a 50-689


Bloco 10 - construídos 132, modelo NA-172 n.ºs de cauda: 51-2718 a 51-2849, convertidos para F-86F com motor J47 GE-13


Bloco 15 - construídos 93, modelo NA-172 n.ºs de cauda: 51-12977 a 51-13069, convertidos para F-86F com motor J47 GE-13


QF-86E


Canadair Sabres Mk5 e Mk6 convertidos para aviões alvo sem piloto.


Interior do cockpit


F-86F


Bloco 1 - construídos 78, modelo NA-172 n.ºs de cauda: 51-2850 a 51-2927, equipados com motor J47-GE-27.


Bloco 5 - construídos 16, modelo NA-172 n.ºs de cauda: 51-2928 a 51-2943, capacitados para transportar dois depósitos de 760lt em alternativa aos originais de 460lt.


Bloco 10 - construídos 34, modelo NA-172 n.ºs de cauda: 51-12936 a 51-12969, atualização da mira de tiro.


Bloco 15 - construídos 7, modelo NA-172 n.ºs de cauda: 51-12970 a 51-12976, reposicionamento de alguns sistemas, para aumentar a tolerância aos danos de combate. 


Bloco 20 - construídos 100, modelo NA-176 n.ºs de cauda: 51-13070 a 51-13169, atualização do rádio em banda VHF AN/ARC-33.


Bloco 25 - construídos 341, modelo NA-176 n.ºs de cauda: 51-13170 a 51-13510.


Bloco 25 - construídos 259, modelo NA-193 n.ºs de cauda: 52-5272 a 52-5530.


Bloco 30 - construídos 859, modelo NA-191 n.ºs de cauda: 52-4305 a 52-5163


Bloco 35 - construídos 108, modelo NA-191 n.ºs de cauda: 52-5164 a 52-5271, caça-bombardeiro com capacidade nuclear, novo sistema que permite bombardeio de baixa altitude, rearranjo do painel de instrumentos.


Bloco 35 - construídos 157, modelo NA-202 n.ºs de cauda: 53-1072 a 53-1228


Bloco 40 - construídos 280, modelo NA-227 n.ºs de cauda: 55-3816 a 55-4030 e 55-4983 a 55-5047 versão de exportação para o Japão, Tunísia, Paquistão. Espanha, Taiwan e Coreia do Sul extensão da ponta das asas em 30cm


Bloco 40 - construídos 300, modelo NA-231, NA-238 e NA-256 n.ºs de cauda: 55-5048 to 55-5117, 56-2773 to 56-2882 e 57-6338 to 57-6457 respetivamente, pela Mitsubishi no Japão para a Força Aérea de Autodefesa do Japão.


QF-86F


Aviões alvo sem piloto convertidos de F-86F bloco 40 para exportação

RF-86F


Conversão de 26 F-86F no teatro de operações da Coreia, para a função de reconhecimento fotográfico. Foram ainda convertidos mais 18 unidades para Força Aérea de Autodefesa do Japão.

F-86J


Conversão do F-86A 49-1069, para teste do motor Orenda

F-86K

Modelo NA-231, 50 unidades construídas pela FIAT Aviazione para a Força Aérea Italiana n.ºs de cauda MM6185 a MM6234, equipado com quatro canhões M-39 de 20mm.

Modelo NA-213, 120 exemplares construídos n.ºs de cauda 54-1231 a 54-1350, para a Noruega e Países Baixos.

Modelo NA-221, 70 construídos pela FIAT Aviazione n.ºs de cauda: 55-4811 a 55-4880, para a Força Aérea Italiana e Francesa.

Modelo NA-232, 56 construídos pela FIAT Aviazione n.ºs de cauda: 55-4881 a 55-4936, para a Luftwaffe, França e Países Baixos.

Modelo NA-242, 50 construídos pela FIAT Aviazione n.ºs de cauda: 56-4116 a 56-4160, com asas do F-86F-40 para a Luftwaffe.

F-86L

Nenhum construído, conversões devido aos inúmeros problemas mecânicos e de manutenção apresentados pela frota de F-86D, similar ao F-86K de exportação.

Variantes


CA-26/27 Sabre


Versão fabricada sob licença pela CAC (Commonwealth Aircraft Corporation) para Real Força Aérea Australiana com motor Rolls-Royce Avon Mk20, construídos dois protótipos CA-26, CA-27 e de produção final: 22 CA-27 Mk 30 e 20 CA-27 Mk 31 posteriormente elevados ao padrão CA-27 Mk 32, com motor Rolls-Royce Avon Mk26, dos quais foram construídos 69 exemplares.

CL-13A Sabre Mk 1


Apenas um construído, com peças na sua maioria enviadas dos Estados Unidos, protótipo equipado com o motor J47-GE-13 o n.º de cauda 19101.


Sabres CL-13A da esquadrilha acrobática Canadiana, Skylancers em 1965


CL-13A Sabre Mk 2


Primeira versão de produção, basicamente era o equivalente Canadiano do F-86E, um total de 350 foram construídos para a RCAF, n.ºs de cauda: 19102 a 19199 e 19201 a 19452.

CL-13A Sabre Mk 3


Construído um protótipo para testes e evolução do motor de construção Canadiana Orenda.

CL-13A Sabre Mk 4


Versão destinada a receber o motor Orenda o que não viria a acontecer por atraso no desenvolvimento do mesmo, equipado com o J47-GE-13 ficou muito similar ao Mk 2, construídas 438 unidades com os n.ºs de cauda 19453 a 19890.

CL-13A Sabre Mk 5


A primeira versão de produção com o motor de construção Canadiana Orenda 10, introdução de extensões das asas como o F-86F bloco 30, construídos um total de 370 unidades n.s de cauda 23001 a 23370.

CL-13B Sabre Mk 6


A última e mais potente versão de produção Canadiana, com motor Orenda 14, com uma impulsão de 3 300Kgf. Construídas 647 aeronaves para a RCAF e para exportação. Foi directamente substituído pelo CF-104 Starfighter e deixou definitivamente o ativo ao serviço do Canadá a 9 de dezembro de 1968.

Variantes Navais

FJ-1 Fury


Primeiro jato ao serviço da US Navy, modelo NA-135, com asas em ângulo recto, 30 unidades construídas.


Um par FJ-3 Fury a bordo de um porta-aviões preparando lançamento

FJ-2 Fury

Versão caça-bombardeiro monolugar com motor J47-GE-2, 200 aviões construídos.

FJ-3 Fury


Versão caça-bombardeiro monolugar com motor Wright J65-W-4, 344 aeronaves construídas.

FJ-3M Fury


Versão melhorada do FJ-3, com capacidade para transporte e disparo do míssil ar-ar AIM-9 Sidewinder, construídas 194 unidades.

FJ-4 Fury


Versão caça-bombardeiro monolugar com motor Wright J65-W-16A, construídos 150 exemplares.
Versão de ataque e apoio aéreo próximo, com seis suportes por debaixo das asas para transporte de armamento, construídos 222 exemplares.


Envolvimento operacional

Guerra da Coreia (MiG Alley)

No início apenas 15 dos 19 F-86A enviados para a Coreia de modo apressado tinham adquirido capacidade de combate, iniciaram as operações de patrulha no dia 16 de Dezembro de 1950 e no dia seguinte conseguiram a primeira vitória em combate ar-ar. Nos seis meses de operações até Junho de 1951, os F-86A da quarta esquadra de caça e intercepção (en:4th Fighter Interceptor Wing) obtiveram um total de 40 MIG-15, 71 danificados e provavelmente mais seis destruídos, contra apenas sete F-86A perdidos, um dos quais resultante de acidente operacional.

Largamente ultrapassados em quantidade pelo inimigo, os F-86E em serviço na Coreia integrados na quarta esquadra de caça e intercepção (en:4th Fighter Interceptor Wing) e na quinquagésima primeira esquadra de caça e intercepção (en:51st Fighter Interceptor Wing) desde Julho de 1950 e lutando também contra uma crónica falta de abastecimentos que afectavam duramente a operacionalidade e prontidão dos aviões, conseguiram mesmo assim 83 vitórias contra, contra apenas seis F-86E perdidos.

Os primeiros F-86F utilizados na Coreia apesar da maior potência do seu motor, tinham uma performance semelhante ao F-86E, contudo com as atualizações decorrentes do seu emprego operacional, demonstrou claramente a sua superioridade de tal modo que em Março de 1953 os F-86E foram retirados da linha da frente. No final do conflito o F-86 na generalidade e o F-86F em particular conseguiram uma relação de 14 vitórias contra cada F-86 perdido. 
Elogios vindos da quinta força aérea Americana (en:fifth Air Force), afirmavam que o F-86F foi sem margem para dúvidas o melhor caça-bombardeiro em operação na Coreia, constituindo-se como uma plataforma muito estável para tiro ar-ar bem como para bombardeamento de baixa altitude, tendo ainda um comportamento aerodinâmico muito bom, em altitudes acima dos 9 000 metros com carga externa.

Guerra Indo-Paquistanesa 1965 e 2ª Guerra Indo-Paquistanesa 1971

O Paquistão recebeu 120 F-86F a partir de 1954 os quais no início do primeiro conflito com a duração de 22 dias, estavam com a operacionalidade bastante reduzida, por falta de peças de substituição, com origem no embargo Norte-Americano. Mesmo assim e já não sendo um caça de primeira linha, numa época em que a regra era a existência de caças da classe mach 2, teve um comportamento meritório tanto no combate ar-ar como no ataque ao solo obtendo mais vitórias do que perdas.

Em 1971 durante o segundo conflito com a Índia, os F-86F Paquistaneses voltaram a ser utilizados, acompanhados por Sabres Mk.6 de fabrico Canadiano, ex Luftwaffe obtidos de modo não oficial via Irã, exercendo o maior esforço contra antagonistas como: o MiG-21 e o Sukhoi Su-7.


O F-86 na Força Aérea Portuguesa

Os primeiros anos

Em 1955 durante as negociações para a renovação do acordo de cedência da Base Aérea das Lajes aos Estados Unidos, foram solicitados mais aviões F-84G para complementar as 50 unidades a operarem na Base Aérea n.º 2 na Ota, a resposta foi afirmativa e foi ainda proposto o fornecimento do F-86E para constituírem duas esquadras, com a condição de uma das esquadras ficar operar na Base Aérea das Lajes nos Açores.



F-86F da FAP, preservado na BA 5 Monte Real

Com a assinatura do acordo em Novembro de 1957, foi criada a esquadra 50 em Fevereiro de 1958, sob o comando do Major Moura Pinto, interinamente a operar na Base Aérea n.º 2 na Ota até à inauguração da futura Base Aérea n.º 5 em Monte Real. Os primeiros F-86 começaram a chegar a partir de Agosto de 1958, provenientes dos stocks da USAF. No entanto os 65 aviões fornecidos foram na totalidade do modelo "F" bloco 35 e não do modelo "E" como acordado originalmente, foram elevados ao padrão F-86F bloco 40, com capacidade de transporte e disparo do míssil AIM-9B Sidewinder, os quais foram adquiridos em 1962.

No dia 4 de Outubro de 1959 a Base Aérea n.º 5 em Monte Real ficou operacional e até Dezembro toda a logística e todos os F-86 finalizaram a mudança, onde ficaram a operar na esquadra 51, "Falcões" e na recém criada esquadra 52 "Galos", ambas integradas no grupo operacional 501. Devido à necessidade de assegurar compromissos com a segurança dos territórios em África a esquadra 52 "Galos" foi desativada a 12 de junho de 1961, os seus pilotos atribuídos a outras tarefas e os seus aviões integrados na esquadra 51.

Envolvimento em África

A 9 de Julho de 1961 oito F-86F, com os n.ºs de cauda 5307, 5314, 5322, 5326, 5354, 5356, 5361, 5362, iniciaram uma viagem de 3 800Km o equivalente a seis horas e dez minutos de voo, um recorde para Força Aérea Portuguesa ao tempo, que os levou até Bissalanca, à época um aeródromo junto a Bissau na Guiné Portuguesa, atual Guiné-Bissau, constituindo o destacamento 52. A missão que ficou conhecida pelo nome de código Atlas, foi comandada pelo Major Ramiro de Almeida Santos e era suposto ficarem no terreno apenas 8 dias, fazendo uma demonstração de força, no sentido de evitar acontecimentos semelhantes aos verificados meses antes na então província de Angola e nos quais foram chacinados várias centenas de colonos e nativos.

No entanto com o agravar da situação em Angola e com o início das movimentações dos guerrilheiros do PAIGC, os F-86 foram ficando, mas apenas entraram em operações de combate no verão de 1963, quando a parte sul da colónia teve que ser evacuada, devido a intensa atividade da guerrilha. Entre agosto de 1963 e outubro de 1964, os F-86 voaram 577 missões a maioria das quais de ataque ao solo ou apoio aéreo próximo. Dos oito aviões destacados, sete foram atingidos por fogo inimigo, mas sempre conseguiram regressar. Dois foram destruídos, o 5314 a 17 de Agosto de 1962 numa aterragem de emergência, ainda com as bombas nos suportes de fixação externos e o 5322 a 31 de maio de 1963 abatido por fogo antiaéreo inimigo. Em ambos os casos os pilotos foram recuperados de imediato com vida.

Fortes pressões políticas exercidas pala Administração Norte-Americana, inviabilizaram a continuação da operação e ditaram o regresso dos Sabres a Portugal, já que os mesmos tinham sido fornecidos no âmbito da NATO e destinavam-se à proteção do seu flanco sul. A última missão operacional, aconteceu a 20 de Outubro de 1964 e foi protagonizada pelo Major Barbeitos de Sousa, após a qual o destacamento 52 foi dissolvido, passando as suas missões a serem asseguradas pelos Fiat G.91/R4 e North-American T-6 Havard.

Fase Final

Após a Revolução dos Cravos em 25 de abril de 1974, a Força Aérea Portuguesa passou por momentos difíceis, com a sabotagem e destruição de várias aeronaves, o abandono da maioria dos aviões nas ex-províncias ultramarinas, a falta de peças e ausência de manutenção a indisciplina, deficiente cadeia de comando ou ausência da mesma, aliada à instabilidade associada ao Processo Revolucionário em Curso. Apesar de estarem totalmente desatualizados, perto do final da década apenas seis F-86 se encontravam em condições de voo, finalmente a 31 de julho de 1980 são retirados do ativo, após o último voo, o voo da despedida com a duração de 1h25m, no qual uma parelha de F-86, n.ºs de cauda 5347 e 5360, sobrevoaram todas as unidades da FAP, pilotados respetivamente pelo tenente-coronel Victor Silva e capitão Roda.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FMA IA 58 Pucará

O FMA IA 58 Pucará (do termo quechua: «Fortaleza») é um avião bimotor turboélice de combate ligeiro, desenvolvido e fabricado pela Fabrica Militar de Aviones da Argentina, na década de 1970.  Wikipedia É projetado para operar em pequenas pistas de terra e sua missão primordial é de apoio à forças terrestres, combate anti-helicópteros e missões de contra-insurgência. FMA IA 58 Pucará Foi utilizado na Guerra das Malvinas. Desenvolvimento Nos anos 1960, a Guerra do Vietnã demonstrou que aeronaves de ataque ao solo convencional não eram eficientes no combate aos guerrilheiros vietcongs. Assim, a indústria de aeronaves militares mundial iniciou o desenvolvimento de diversos projetos para atender essa necessidade. Em 1966, a Dirección Nacional de Fabricación e Investigación Aeronáutica (DINFIA), estabeleceu parâmetros para o desenvolvimento de uma aeronave de ataque leve. Assim surgiu o projeto AX-2. Para acelerar a construção, a DINFIA utilizou o projeto do IA 50 Guaraní II co

Mídia dos EUA revela caça russo que 'aterroriza OTAN'

A edição norte-americana National Interest destacou as aeronaves mais legendárias da época soviética, apontando para o MiG-15, MiG-21, MiG-25 e MiG-29. Contudo, segundo o autor do artigo, Robert Farley, o caça Su-27 é o melhor de todos. Sputnik Os caças russos Su-27 assustam a OTAN, assinalou a edição . De acordo com o jornal, o Su-27 foi desenvolvido levando em consideração as capacidades do F-15. Sendo assim, o caça russo é comparável ao norte-americano em termos de velocidade e armamento.  Sukhoi Su-27 | Reprodução O caça russo foi projetado para conquistar a supremacia no céu, contudo, a aeronave conseguiu demonstrar a flexibilidade na realização de intercepções e ataques contra alvos terrestres, aponta o autor do artigo, acrescentando que, ao longo de sua história, o caça russo adquiriu várias modificações para cumprir diferentes missões, preservando, assim, sua universalidade. Segundo National Interest, as capacidades do Su-27 são impressionantes. O caça atinge velocidade